sábado, 13 de novembro de 2010

não me peça para parar



eu não tenho muros.
não ocupo o mesmo espaço por muito tempo.
não faço o papel de sempre
quando estou sedenta eu exploro e sou fácil:
porque sei o que me sacia
porque me conheço
porque gosto do que é bom
(você é bom?
você quer ocupar o mesmo lugar sempre?
então vem comigo.
meu olhar é verdadeiro
e eu deixo você abraçar minha pele macia
e meu cabelos bagunçados)
mas não me peça para parar.
eu quero passar por tudo que ainda não vi
quero escrever um filme
viver um livro
dirigir uma peça
encenar um parto
dançar o can can
matar um leão
rezar num tapete
dirigir no alabama
me perfumar com a flor de lótus do nilo
calçar um loubotin na cidade proibida depois de uma aula de origami e um mergulho no gangis

sabe?

Um comentário:

  1. versão resumida (pra guardar):
    eu não tenho muros.
    não ocupo o mesmo espaço por muito tempo.
    não faço o mesmo papel de sempre
    quando tenho sede eu exploro e me permito ser rápida, descomplicada, fácil:
    porque sei o que me sacia
    porque me conheço
    porque gosto do que é bom, fácil
    você é bom?
    ou
    você é fácil?
    eu não fico em cima do muro.
    eu não tenho muros.

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